domingo, 19 de dezembro de 2010

Autodidata - 2

Complementando postagens anteriores, sobre características de vários descendentes Ruschel, autodidatas, e comentários sobre sua perspicácia, temos outro exemplo de Ruschel, que por ultrapassar suas atividades profissionais tornou-se notório em sua comunidade.

Veja este artigo em blog,  falando sobre o aniversário da cidade de União da Vitória – PR, comentando sobre o alfaiate e pintor, autodidata, Renato Ruschel.

Renato é bisneto do imigrante Sebastian Ruschel. O pai de Renato, Leopoldo Ruschel chegou a Porto União- SC em 1917 como gerente de banco (BancoPelotense). Em 1920 mudou-se para a cidade gemea União da Vitória -PR. Leopoldo, filho de Nicolau Ruschel, por sua vez filho de Sebastian Ruschel. Renato gentilmente enviou fotos, de Nicolau Ruschel um dos filhos de Sebastian, e ainda de Leopoldo Ruschel (pai de Renato) Bertha e Maria Emilia (tias de Renato).


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 Nicolau Ruschel                                                                            Leopoldo Ruschel





Bertha Ruschel  
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                                                                           Maria Emília Ruschel
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ruschel, significado

Agora matei a charada, descobri:

Ruschel é uma palavra alemã, que não se encontra em dicionários comuns.

Tem um significado específico, na mineração.

As fontes de informações utilizadas em postagens anteriores eram vagas. Baseavam-se na raiz considerada por etimologistas, tal como “ruech, rusch”. Daí a conotação com terra úmida, ou pantanosa. Em comum com formações instáveis entre rochas, no sentido pleno da palavra ruschel, há o fato de em ambos os casos tratar-se de sedimentações.


Neste livro, utilizando “localizar ruschel” encontramos:

The various pyrite stocks are almost completely surrounded by so-called 'skolar.' By a 'skbT the Falun miners understand the same thing that in the Harz is called a 'ruschel,' that is to say, a system of parallel fissures, filled with crushed and chemically altered material from the walls. This material varies in composition with the nature of the adjoining rock;

[...]Por skolar os mineiros de Falun (Suécia) entendem a mesma coisa que no Harz (Alemanha) é chamado um ruschel, que quer dizer sistema de fissuras paralelas preenchidas com materiais triturados e alterados quimicamente. Este material varia em composição com a natureza da rocha adjacente.


Neste outro, em alemão, há descrição muito interessante, com ilustração!

Extrato:

Ruschel ist ein alter Harzer Bergmannsausdruck für eine größere nicht mineralisierte Störung, die nur zerriebenes ("verruscheltes") Nebengestein und zum Teil auch Lettenton enthält.

Ruschel é uma antiga expressão de mineradores do Harz (região norte da Alemanha), para um obstáculo maior, sem minérios e instáveis, compostas de resíduos triturados deslizados de rochas e parte de argila.

Tambem neste trabalho(PDF) há descrição do Andreasberger (no Harz)
pg. 126, 128, 148.

De outra fonte:

"Ruschel, eine besonders zu St. Andreasberg am Harz gebräuchliche Bezeichnung für Gangspalten, die teils Silberze oder Kupferkies und Eisenstein führen, teils nur Bruchstücke des Nebengesteins und Letten enthalten."

Podemos dizer:

"Ruschel, é uma descrição usual de filões, (veios de metal em mina) específica do "Andreasberg" no Harz, que em parte contem minérios de prata, cobre, e ferro ou apenas restos de rochas circundantes e argilas."

Podem portanto serem tanto chochos, sendo obstáculo, quanto nobres.

Pelo que entendemos, os mineiros daquela região se referiam a estes tipos específicos de formação de filões com metais, muito estreitos, entremeados de obstáculos consistentes de resíduos rochosos instáveis, dificultando as explorações.

Nas minas do St. Andreasberger é que se observam as formações Ruschel.
Veja a cronologia relativa a uma das minas. A descrição relativa ao ano 1718 é exemplo de como percorrem várias galerias que se entrecruzam. Ali menciona que a partir da mina da cruz de S.André , seguem por um Ruschel, no caso um veio de prata, para alcançar outra mina.

Mesmo que não entenda alemão, observe nas fotos que estão ao lado do texto, como são estreitas as galerias.

A região montanhosa do Harz fica no norte da Alemanha, mapa.

E a localidade Ruschel, agora Roschel, em Sanzeno, no Trento (norte da Itália)?

- deve ser lembrada a colonização alemã na região.

- houve concessões para mineração em torno de 1427, inclusive para a família alemã Fugger

- A mineração é histórica na região, Welschtirol = Trentino. Sanzeno, é mencionada como fonte de estanho em metalurgia ancestral. (Veja na página 6, último parágrafo).

Havia muitas minas na região. Também o bispado de Trento ocupava-se com atividades de mineração, antes de declinarem – especialmente a partir do bispo Friedrich Von Wanga.

Veja relação de minas do bispado. Observe no segundo mapa a localização de Sanzeno (à direita do lago), no vale de Nonsberg. Perto dali, Tassulo já era mina de ouro na antiguidade.

Detalhe: No texto do artigo a que se refere o link, em alemão, consta também que a quase totalidade dos mineiros naquele longo período na região Trentina eram alemães, e as expressões relativas à mineração derivadas do alemão.

Constatamos finalmente que Ruschel é uma palavra alemã,
com o significado explicado acima.

Adendo (em 16.12.2010):

Encontrei tambem em Wikipedia, cheio de termos técnicos na lingua alemã -

"Ruschel ist ein alter Bergmannsausdruck aus dem Oberharz und bezeichnet eine tektonische Zerrüttungszone („Ruschelzone“), in der die betroffenen Gesteine intensiv zerschert, gefältelt, zerrieben und zerquetscht sind.
In der Regel bildet sich dieses Gefüge entlang von geologischen Störungen („Schergänge“) an Stelle der hier sonst üblichen scharfen Trennflächen. Im Bergbau sind Ruschelzonen hinderlich, da sie meist nicht erzhaltig sind und nur eine geringe Standfestigkeit aufweisen. Werden die Ruschelzonen aber von mineralisierenden hydrothermalen Lösungen durchflossen, so können sie, ähnlich wie Brekzien, die Imprägnation des Gesteins mit Erzen erleichtern und zu sogenannten „Stockwerk“-Vererzungen führen."


Como há muitas palavras de cunho técnico, da geologia, a tradução fica mais difícil.

Talvez surja alguem que possa nos ajudar numa versão melhorada.

Traduzi da seguinte forma:

Ruschel é uma antiga expressão de mineradores do Oberharz e significa uma zona de perturbação (deslocamento) tectonica, na qual as rochas em questão são intensivamente dobradas (plissadas), trituradas, esfregadas, esmagadas.

Em regra esta estrutura (geológica) se forma ao longo de áreas de deslocamentos ao invés das, neste caso habituais, fortes descontinuidades (áreas de separação). Na mineração, zonas ruschel são estorvos, uma vez que a maioria não contem minérios e apresentam apenas pequena estabilidade. Mas sendo as zonas ruschel atravessadas por soluções hidrotermais mineralizantes, (acumulação de agua em camadas rochosas, que devido a condições de pressão ainda podem ser líquidas bem acima dos100 graus C, de qualquer maneira somente até o ponto crítico da água aos 374,15 graus C. Contem muitas vezes grande quantidade de gases e minerais vulcanicos diluidos) podem elas, semelhantemente a „Brekzie“(rochas formadas por destroços de rochas em formato angular, que ficam numa massa básica de finos granulos) facilitar a impregnação das rochas com minérios e conduzir à assim denominadas mineralizações em „andares“ (pisos).

Coloquei este complemento, apenas como mais uma fonte confirmatória.

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domingo, 12 de dezembro de 2010

Ruschel, pronúncia

Em relação ao sobrenome Ruschel, temos as seguintes postagens, conf. links 1, 2, 3, e 4.

Atenção: Acabo de descobrir o exato significado da palavra Ruschel.

Quanto à pronúncia, pode ouvir aqui:






Também pode ouvir no tradutor google, inserindo a palavra Ruschel.
Do alemão para o portugues, sugiro experimentar do ingles para o portugues prestando atenção para a diferença.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Heberle, pronúncia

Já escrevi sobre origem e significado do sobrenome Heberle, o que pode ser visto nestes links:
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

Quanto à pronúncia, a dificuldade para muitos é que na língua portuguesa não há um som para a letra “h”. Muitos dos que nunca ouviram no alemão, perguntam a respeito.

Nós ainda pronunciamos nosso sobrenome como pode ouvir aqui, que gravei. Pena que o resultado não foi melhor! Mas dá uma boa noção.






Você pode ouvir com o som um pouco diferente no tradutor do google,
neste link, inserindo a palavra Heberle.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Autodidata

Em postagem mais antiga, comentei, entre outras:

"Quase todos nós conhecemos algum descendente que toca algum instrumento, mesmo por hobby.

(Há os que gostam de montar e desmontar "geringonças", ou mesmo aviões)."

Na ocasião, sabia apenas vagamente do hobby de um primo, neto de Albino Ruschel.

Ele é mais novo do que eu. Mas, pela oficina a que se refere te-lo influenciado, também passei.

Somente agora assisti esta reportagem. Ele constroi aviões experimentais!
É mais um exemplo.

Também da busca de informações e conhecimentos de forma autodidata.

Todas características, evidentemente não exclusivas desta ou daquela família, mas sem dúvida de marcante presença no caso dos Ruschel.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Na Europa

Quem seriam os antepassados dos casais de imigrantes,

Ruschel/Mayer e Heberle/Kunzler,

na Europa?

Veja nas postagens "Europa -2 " e "Europa-3" vários nomes que consegui em pesquisas.

Clique em cima das imagens das listas para ampliar. Volte para clicar nas continuações, pois na mesma postagem há várias partes em sequência.

Coloquei parte de minha árvore genealógica (a partir da sexta geração, que pode conter erros, apesar das boas fontes).

Entre os meus ancestrais enumerados, se encontram os 4 sobrenomes acima mencionados. A partir do número que antecede o nome, pode-se calcular o número que facilita achar os nomes dos antepassados deles, respectivamente. Entre os demais nomes, que são de meu caso particular, poderá eventualmente encontrar também antepassados que porventura tenhamos em comum, alem de Ruschel, Mayer, Heberle e Kunzler - e correspondentes antepassados.

Para entender a numeração (que precede os nomes, usual nas apresentações deste tipo, em programas de genealogia):


Em cada próxima geração, o número para o pai é o dobro.

O da mãe, adiciona 1 a este resultado.

Exemplificando:

Eu = 1

Pai = 2 (sempre par)
Mãe = 3 (sempre ímpar)

Avô paterno, o número do pai x 2 = 4
Avó paterna, adiona 1 = 5


Avô materno, o número da mãe 3 x 2 = 6 (par)
Avó materna, adiciona 1 = 7 (ímpar)

e assim por diante.

Praticando:

O nome de Sebastian Ruschel, está antecedido pelo número 48.

Para procurar o nome do pai dele, e da mãe nesta listagem (talvez estejam, talvez não), basta calcular,

48 x 2 = 96 para o nome do pai, e então

96 + 1 = 97 para o nome da mãe.

Estes dois nomes estão lá!

E assim por diante, para os demais casos.

Na Europa - 2









(Clique em cima para ampliar)



Na Europa - 3
























(Clique em cima para ampliar)






domingo, 7 de novembro de 2010

Ruschel, tronco: Sebastian, Johann, Francisco, Albino.

Descendentes de Sebastian Ruschel estão bem dispersos, em muitas ramificações. Cada grupo tem suas especificidades. Quanto mais relatos houver, e quanto mais acessiveis, mais fácil se tornará a montagem da complexa genealogia dos Ruschel no Brasil. Mais facilmente se chega à identificação de qual filho de Sebastian descendemos.

Bom exemplo é um texto editado com base em documentos e testemunhos, por meu tio Silio Albino Ruschel, que aqui adapto. Aborda detalhes elucidativos sobre Francisco Ruschel (um dos filhos de Johann, ou João, Ruschel por sua vez filho de Sebastian) e Albino Ruschel (meu avô materno).


FRANCISCO RUSCHEL 1869/1904

Na Crônica do Anuário da Nação de 1946, foi omitido o nome de Francisco Ruschel.

Esta publicação que desencadeou e baseou os levantamentos, foi provavelmente elaborada a partir de pesquisas por entrevistas a membros da Família Ruschel.

Francisco Ruschel, filho de João e Anna Maria (Stürmer) Ruschel, nasceu em 20/12/1869 e faleceu já em 09/03/1904 (com apenas 34 anos de idade). Casado com Maria Augusta Hillebrand, teve sete filhos. Moravam na Linha Imperial, em Nova Petrópolis, RS

Entre os anos de 1927 e 1935 aproximadamente, todos os filhos de Francisco Ruschel e a viúva Maria Augusta, exceto a filha Ella, transferiram residência para Itapiranga, SC (na época, Colônia de Porto Novo). A filha Ella foi casada, mas também faleceu com relativamente pouca idade.

Explica-se assim, o motivo de Francisco Ruschel haver sido omitido na crônica do Anuário.


ALBINO RUSCHEL 1897/1978

Com o falecimento de seu pai Francisco Ruschel (vitimado por queda de árvore em temporal quando em pescaria), Albino, com apenas 6 anos de idade, foi morar com sua tia Teresia Hillebrand (irmã de sua mãe Maria Augusta Hillebrand) casada com Augusto Stahl.

Ali, Albino foi educado como filho até os seus 16 anos, quando foi aprender o ofício de ferreiro.

Com 20 anos de idade, quando já havia montado sua própria ferraria, Albino casou-se com Amália Arndt. Amália faleceu, grávida, antes do primeiro aniversário de casamento.
(Causa da morte: Conforme relato de conhecido, teria sido por infecção no sangue provocado por tratamento dentário,e, conforme relato do próprio Albino Ruschel, por congestão, por lavar os pés após a refeição)

Viúvo, Albino foi morar por quatro anos na casa de Francisco Stahl (irmão de criação), que era vizinho de sua ferraria.

Albino casou-se então com Frieda Pfeifer, e continuou morando na Linha Imperial, Linha Brasil ou Nova Petrópolis até setembro de 1927, quando foi morar em Itapiranga (Porto Novo) SC, levando na ocasião sua ferraria e a família, já com tres filhos: Norma, Walter e Emmy, e ainda o Leopoldo, seu irmão mais novo. Fixou residência na Linha Sede Capela, sofrendo o revés ods desafios duma nova colonização (em plena mata), perdendo nos primeiros anos duas crianças que ali nasceram (após, teve mais 7 filhos). Com poucos clientes para quem vender ou prestar serviços na ferraria, a subsistência foi obtida, nestes primeiros anos, na agricultura, caça e pesca.

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                      Albino Ruschel

                                 +

                      Frieda Pfeifer



                          (c.1922)


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Minha bisavé Maria Augusta Hillebrand Ruschel, por um bom tempo morou perto de nós, durante minha infância (na atual São João do Oeste, SC).

Veja fotos (cedidas pela minha mãe Norma Ruschel Heberle):

Mencionei-a também numa postagem sobre Sudetos.




(Clique em cima para ampliar)





Veja tambem interesantes cartas entre os parentes.

E também a que está na postagem sob o título Fussball.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobrenome Ruschel - 2

Já comentei sobre qual poderia ser a origem e significado do sobrenome Ruschel.

Ganhou força a hipótese toponímica, ao encontrar um lugar chamado Ruschel, e que passou a ser Roschel.

Disse que significava lugar pantanoso. Ficou mais claro agora: Ruschel diz respeito a um lugar pantanoso em que vicejam juncos.

Encontrei, num texto que fala sobre palavras que originaram nomes de locais: Rusch, Rosch, junto com risch, no médio baixo alemão, e que no alemão corresponde a “Binse, Schilfrohr” = junco em português, que crescem em áreas alagadiças, pantanosas. pg 40 (36) ao final da página.

Junco, é utilizado em trançados como cestos e cadeiras, é mais fininho do que vime, cana da índia, bambu.

Atenção, descobri agora o exato significado de Ruschel (poderia excluir, mas manterei a presente postagem).

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sobrenome Heberle - 4

Complementando postagens anteriores (novembro 2009, link) sobre evolução de "Van Heverle" para "Heberle", assim como já deparei com vários registros históricos (como estes na pagina 90, em frances), há genealogias de famílias que incluem dados muito antigos. Lembremos que sobrenomes antes de 1500 eram raros. (Sobre brasão, veja em outra postagem)

Neste exemplo, chamam atenção as datas de casamento e falecimento:

Serve como ilustração adicional.

Veja tambem histórico sobre a família "van Heverle" e o castelo.
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sábado, 4 de setembro de 2010

Sobrenomes e nomes: R - Z

Clique para ampliar.

Sobrenomes e nomes: R (cont.)

Clique para ampliar.

Sobrenomes e nomes: M - R

Clique para ampliar.

Sobrenomes e nomes: H - M

Descendentes de Sebastian Ruschel e/ou Johann Heberle, cont.

Clique para ampliar.


Sobrenomes e nomes: H - cont.

Clique para ampliar.

Indice de sobrenomes e nomes: G - H

Clique em cima para ampliar


Índice de sobrenomes (e nomes): A-G

Nomes que constam em listagens, entre os descendentes de Johann Heberle e/ou Sebastian Ruschel. Inclui cônjuges, agregados.
Tambem inclui alguns sobrenomes de antepassados destes casais imigrantes, também nossos ancestrais.

Clique em cima para ampliar.

sábado, 24 de julho de 2010

Roschel é Ruschel?

Li sobre a família Roschel, tambem descendentes de imigrantes alemães.

Verifiquei que na Alemanha, Roschel é bem menos frequente do que Ruschel.

Encontrei também num e-book, sobre o dialeto abrasileirado entre os de origem alemã, numa exemplificação de casos nos quais sobrenomes difícieis de pronunciar em portugues, que foram então adaptados: "Roschel became Rocha" . Roschel... Rocha!

Já comentamos sobre quais seriam os prováveis significados do sobrenome Ruschel.

Uma das possibilidades, com os significados de "Rusch"no link mencionado, é a toponímica.

Existiria algum local denominado Ruschel? Existe!

Numa primeira busca encontrei sob "Deutsche Orstnamen in Welschtirol"(Weslschtirol = Trentino). Isto em "Exonyme Vergessene Orstnamen NG" (Vergessene = esquecidos),
bem a final da última lista,
Roschel = Ruschel (em italiano, como era em alemão).

Para melhor entender, devemos saber algo sobre a história do Tirol. Existem vários sites na internet. Interessante também as explicações sobre os dialetos mais antigos lá existentes, nas palavras de um descendente de trentinos, no Brasil.

Importante considerar que já em 1027, o imperador e rei Conrado II colocou sob domínio da Baviera esta região. Lembremos ainda que sobrenomes foram adotados mais popularmente apenas posteriormente.

Deve ser considerado também que o sul do Tirol passou ao domínio da Itália após 1918, e a partir de 1948 se tornou região autonoma: Trentino.

Assim, provavelmente um lugar de terras úmidas, pantanosa, ou de várzea (Rusch) foi denominada Ruschel, e latinizada Roschel.

Mas onde, no Trentino?

Encontrei então um edital, que fala de uma localidade Roschel na Comuna de Sanzeno.

E, confirmando, deparei com uma relação de localidades por comunas.

Roschel, na comuna de Sanzeno. (Pág.20)

Desta forma, reforçamos a idéia de que o sobrenome pode ser de origem toponímica.

Como existem muitas várzeas por aí, várias famílias em lugares diversos poderiam ter adquirido este sobrenome.

E, temos em Ruschel e Roschel, uma forma germanica e outra latina,
dum mesmo sobrenome. Veja o que encontrei sobre o significado da palavra Ruschel.

domingo, 2 de maio de 2010

Sebastian Ruschel, o viajante

1 – Ruschel de Primstal.

A primeira vez que li sobre Sebastian Ruschel, foi num artigo de Nilo Ruschel sobre os 90 anos de Estrela, se não me engano em 1966, no antigo Correio do Povo de Porto Alegre. Comentando sobre as diversas famílias, dizia que Sebastian veio da região de Trier. Claro que está correto, e seria o equivalente a dizer que alguém que nasceu em Dois Irmãos, RS em 1830, ter vindo de São Leopoldo que então era vastíssimo município. Mais tarde, soube que Sebastian veio de Mühlfeld (foi da jurisdição de Trier). Por isto, Mühlfeld de onde veio, às vezes aparece como local do nascimento. Enfim, Sebastian veio de Mühlfeld, mas nasceu em Scheuern. Todos locais próximos uns aos outros dos que já mencionamos em outras postagens.

Sou grato ao leitor, que já esteve 3 vezes em Primstal - um descendente de Sebastian , por meio do primeiro filho Nikolaus - que escreveu o seguinte:

“Mas o que também me causou interesse é dizeres que os Ruschel seriam de Primstal... todavia, no livro de Rudi Jung "Familienbuch Primstal 1675-1900 für Mettnich, Mühlfeld u. Eiweiler (ab 1820)" nada encontrei no corpo das famílias com o nome de Ruschel, apenas existe a referência ao lado do nome de Maria ela se casou com o Sebastian, constando que era de Scheuern... é provável que o Sebastian, em razão do casamento, tenha vindo a se estabelecer em Mettnich como moleiro e transportador (Primstal, a partir de 1930) e Scheuern (cujo cod. postal é 66636 Tholey) fica a uns 7 ou 8 km. ao sul de Primstal (vide mapa). É a explicação mais provável que se pode ter.”
Comento: Bem provável a explicação. De qualquer forma, Primstal foi relevante como ambiente na vida do casal Maria Maier e Sebastian Ruschel.

Isto me alertou, e também faz retomar outros detalhes, como o que segue.

2 – Tema delicado ou polêmico.

Sob este título fiz, há algum tempo, uma postagem em comunidade no Orkut.

Lá eu dizia que em algumas divulgações no Brasil, consta o ano de 1829 (por dedução, certamente) como sendo o ano de casamento de Sebastian Ruschel com Maria Maier.

Dizia eu ainda, que pesquisando fontes alemãs, encontrei que casaram em 30.0l.1833 (data adotada também por Goettems). Links: Maria, Sebastian.

Agora, surgiu mais uma confirmação. No material enviado pelo leitor através do que se identifica como descendente também de Ruschel, consta: [...] “cf. Rudi Jung (pg.373 – n. 1332) Maria Maier teve um filho chamado Nikolaus (26.07.1829) antes do casamento (03.0l.1833), com Sebastian. Não se sabe o que houve realmente.” [...].

Na mencionada postagem minha, eu já havia escrito

“[...] “E temos também, que houve um filho antes deste casamento (Nikolaus Maier, nascido em 26 de julho de 1829 [...]apelidado de Kloss (ou Closs) [...] “

Na ocasião, analisando datas, percebi mais um pormenor.

Então acrescentei: “o segundo filho nasceu um mês após o casamento, em 03 de fevereiro de 1833 (Michael).”

Este último fato, a meu ver é significativo. Talvez indício de que houve com o casamento, a regularização duma situação de fato.

Todos detalhes que enriquecem a genealogia.

Veja dados atualizados em 2014, nesta postagem

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobrenome Ruschel, variações

Conforme vimos quando comentamos sobre o possivel significado de "Ruschel", pode ser uma variante de "rusch". (Atenção, agora sabemos o significado de Ruschel)

Ruschel é relativamente pouco frequente, e ocorre mais no sul da Alemanha. Mais frequente é simplesmente Rusch, amplamente disperso. Depois vem Rusche, como há ainda Ruscher, mais no norte da Alemanha.

Neste link, podemos ver (relativamente à Alemanha), estatísticas sobre as ocorrências de sobrenomes em listas telefonicas.

Ruschel
215, com estimativa de 573 pessoas com este sobrenome na Alemanha (atuais);

Ruscher
259, c.de 690 pessoas;

Rusche
774, c. de 2064 pessoas;

Rusch
2083, c. de 5.554 pessoas

Para o sobrenome Heberle
478, c. de 1274 pessoas

Variante Eberle
4.653, c. de 12.408 pessoas.

Nestes mapas podem ser vistas as respectivas distribuições
por circuncrições territoriais.

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Drama

O que enriquece genealogias, são observações como esta que encontrei.

Trata-se de situação difícil vivenciada por um de nossos ancestrais há muitas gerações passadas.

Nikolau Feit, trisavô de Maria Maier (a qual casou com Sebastian Ruschel), foi dono de moinho, (assim como o bisavô Franz Collet).

Sem traduzir, apenas extraindo parte do texto:

Em 1710 faleceram os cinco filhos do primeiro casamento, com Maria, chamada "
de Sötern", com 22, 17, 15, 12 e 11 anos de idade. Talvez devido à alguma epidemia. Nos livros da Igreja constam apenas como "filhos de Nikolau Feit (Veit)", o que reforça a especulação sobre o possível suicídio da esposa Maria, cujo falecimento não foi registrado nestes livros, como era a
prática nestes casos. E nem haveria segundo casamento pela Igreja, sem o falecimento dela.

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Primstal


Clique em cima, amplia.

Indústrias moageiras, antigas.
Veja mais, clique em
Primstal é a comunidade que
resultou da junção de Mettnich e
Mühlfeld.
O nome foi adotado após outubro de 1930, quando houve esta unificação.
A comunidade integra a municipalidade de Nonnweiler, na circuncrição regional de St. Wendel, no Estado Saarland, na Alemanha.
O nome provem do rio Prim (vale do Prim), que é afluente do rio Saar (Sarre) que por sua vez desemboca no Mosela.
A distância de St Wendel é de 16 Km, e são 37 Km até Trier (a cuja circunscrição sempre pertenceu antes).
Quando Sebastian Ruschel nasceu, ainda estava sob controle da França, até 1815.
Alem de ser região fronteiriça conturbada pelas disputas territoriais entre Alemanha e França,
na região há muitas lendas relacionadas a locais e acontecimentos relativos aos celtas, e também ao domínio romano.
Para soltar a imaginação quanto ao ambiente no qual Sebastian Ruschel vivia, vale frisar que Primstal foi o principal núcleo da indústria moageira na região de St. Wendel.
Sebastian prestava serviços postais e de passageiros. Em suas andanças de carruagem certamente era bem informado e relacionado. Conheceu bastante sobre estas indústrias, o que presumo ter influenciado ele e sua descendência aos vários empreendimentos em Feliz e Estrela, conforme já descrito.
Tambem conheceu neste ambiente Maria Maier. Muitos dos parentes dela eram proprietários de moinhos. A exemplo de seu bisavô Franz Collet, e trisavô Nikolaus Feit. Sobre este último, falarei em outra postagem, sobre drama que vivenciou durante uma epidemia em 1710.
Entre outros, havia seus antepassados (e assim também nossos, embora longínquos) de sobrenomes como Aatz, Thome, Mayer.
Falamos em moinhos, quando na realidade se trata de indústria moageira. As moagens eram diversas: Seja de cereais, colza para extração de óleo, gesso. Tambem trituração de cascas (veja como tiravam com este instrumento) de carvalho, para obtenção de tanino utilizado em curtumes.
Este background me fascina.
Penso que explica muitas de nossas próprias caraceterísticas.
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1846, 1876

O sobrinho de Sebastian, Johann Ruschel nascido em 22 de maio de 1849, veio ao Brasil em 1876, junto com sua irmã Barbara (seu irmão Adam emigrou para os Estados Unidos, como aconteceu com a maioria das famílias emigrantes). Descendentes destes Ruschel são os que se espalharam a partir de Santa Clara do Sul, RS.

Há a diferença de uma geração, mas somos todos parentes.

Em comum temos Michael Ruschel, que teve nove filhos num primeiro casamento.
No segundo casamento, sendo com Maria Falk, teve 4 filhos. Entre estes, Sebastian Ruschel (c.c. Anna Maria Maier) que chegou ao Brasil em 1846, conforme já comentado, e Johann Ruschel.

Este irmão de Sebastian, Johann Ruschel, também casou duas vezes.
Do seu primeiro casamento são filhos: Adam (Estados Unidos, para onde foram a maioria dos alemães emigrantes), Maria, Bárbara e Johann Ruschel (filho). Barba e Johann vieram ao Brasil, como acima mencionado, em 1876.

Estamos habituados a que, estatisticamente, haja mais viúvas do que viúvos, algo como na proporção de meia dúzia para um. Por isto chama atenção de estes Ruschel terem casado duas vezes.

Finalmente, ao buscarmos saber de qual Ruschel da primeira geração no Brasil alguém descende, podemos considerar três núcleos geográficos iniciais, todos no Rio Grande do Sul: Feliz, Estrela e Santa Clara do Sul.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Parentesco múltiplo

Para facilitar a compreensão do comentário adiante, relacionemos os filhos do patriarca Sebastian Ruschel, casado com Anna Maria Mayer:

Ficaram em Feliz,

João Nicolau (Klaus) Ruschel, casado com Catharina Scherer;
João (Johann) Ruschel, casado com Anna Maria Stürmer;
Ana Ruschel, casada com Francisco Stürmer;
Jacob Ruschel, casado com Anna Maria Friederichs;

Migraram para Estrela,

Miguel Ruschel, casado com Anna Maria Schoeler;
Maria Ruschel, casada com Pedro Klein;
Catarina Ruschel, casada com Pedro Kern;
Mathias Ruschel (Sen.), casado com Catarina Schossler;
Nicolau Ruschel, casado com Apolônia Schossler; e
Pedro (Peter) Ruschel, casado com Luiza Heberle.

O comentário é que ocorre muitas vezes entre descendentes de diversos imigrantes um parentesco múltiplo, principalmente sendo primos em graus mais distantes.

Ilustrando com meu próprio caso: Minha mãe é Ruschel e meu pai é Heberle.
Sou descendente do casal Sebastian Ruschel e Anna Maria Mayer, através do filho João, que ficou em Feliz. Assim, primo em um grau mais próximo dos demais que tem esta mesma linhagem, em relação aos outros descendentes de Sebastian.

Mas, também tenho um duplo parentesco, com todos aqueles que descendem de Pedro Ruschel, casado com Luiza Heberle, que moravam em Estrela. Somos duplamente primos em grau distante. Temos em comum os casais de imigrantes Sebastian Ruschel c.c. Anna Maria Mayer, de um lado, e de outro os avós de Luiza Heberle - Johann Heberle e Johanna Kunzler.

Há outros casos semelhantes entre Ruschel e Heberle, e é freqüente também em outras famílias.

Outra coincidência em nosso caso: Ambos, João Ruschel, que ficou em Feliz, e Pedro Ruschel, que mudou para Estrela, entre outras atividades, fabricaram cerveja!

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quarta-feira, 31 de março de 2010

Fussball

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É um time do interior, orgulhosamente uniformizado dos pés à cabeça.

Foto de c. 1920, em Nova Petrópolis, RS (Linha Imperial)


Estranhamos o listrado, mas era comum na época, tal como o uso de gorro.



Pesquisando sobre a evolução da bola de futebol e uniformes, encontramos a curiosa razão do gorro.

Até as primeiras décadas do século XX, a bola era feita de couro e tinham uma abertura por onde entrava uma câmara de ar de borracha.

Essa abertura era depois costurada com cadarço. Para proteger a cabeça nos cabeceios, fazia parte dos uniformes o gorro. Compare com o primeiro time do 15 de Novembro, de Campo Bom-RS, fundado em 1911. Observe que tambem usam gorro.

A bola utilizada na Copa do Mundo de 1930 ainda tinha esta costura externa. Já na Copa de 1950, a costura da bola já era interna e não havia mais a abertura e o cadarço.

Naquele tempo, e até minha própria infância, utilizavam as palavras do inglês. Corner, para escanteio; off side (ofsáid) para impedimento, match (métch) para um jogo, por exemplo.

Observando a foto, será que jogavam 5-3-3 ou 3-3-5 ?!

Na foto está meu avô Albino Ruschel,(filho de Francisco, por sua vez filho de Johann=João que foi o terceiro filho do patriarca Sebastian).

Este meu avô tocava trombone, em banda que animava festas, e também bailes no salão do comerciante Wenzel Wazlawick.

A cerveja certamente vinha dos Ruschel de Feliz, relativamente próxima.

Ah, sim, os campos de futebol (foot-ball, Fussball em alemão) costumavam ser em

potreiros. Na foto pode-se ver a cerca de arame nos fundos.

Adotarem esta novidade nada tem a ver com assimilação ao “pais do futebol” que as condições atuais possam sugerir. Ao contrário, tem a ver com as contribuições de alemães aos esportes no Brasil, incluindo o futebol. E neste caso, evidencia-se ainda o entrosamento entre colonizações vizinhas. Cabem bem as histórias dos primeiros clubes de futebol na cidade de Rio Grande e a do Grêmio em Porto Alegre. Outrossim, da SOGIPA para esportes em geral. Isto tudo no contexto existente na virada dos séculos XIX e XX, quando havia predomínio de alemães e ingleses no comércio e indústria em cidades do sul. Sobre este tema é oportuna a leitura sobre a “via platina” da entrada do futebol no RS. Do mesmo autor, outro artigo que realça a contribuição alemã. Abordei o assunto de forma mais ampla em postagem antiga, em outro blog.

(Sobre alemães sudetos, como minha bisavó Maria Augusta Hillebrand, veja neste outro blog, Sudetos  e sudetos)

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segunda-feira, 29 de março de 2010

Ruschel - perspicazes?!

É marcante a preferência dos descendentes de Sebastian Ruschel por empreendimentos comerciais, industriais, ou atuação como profissionais liberais.

O próprio patriarca Sebastian, tinha um serviço de diligência, ou carruagem entre Mühlfeld, Mettnich e Trier, antes de vir ao Brasil.

Já no Brasil, tendo chegado em 1846, se estabeleceu em Feliz, RS com cortume.

Em 1872, mudou-se para Estrela, RS com 4 de seus 7 filhos homens.

A família destacou-se no desenvolvimento tanto de Feliz e Estrela.

Limitando-nos à primeira geração, em Feliz, João Nicolau com agriucltura e destilaria; João, comércio, curtume, selaria, cervejaria (nossa linha de ascendência); e Jacob, comércio (consta que forneceu a primeira muda de videira para os italianos em 1877).

Já em Estrela, Miguel, com o primeiro hotel, comércio, açougue, navegação, vereador (na primeira câmara); Mathias, comércio de produtos coloniais; Nicolau, comércio, moinho, Juiz de Paz; e Pedro, cervejaria, comércio, boticário, foi também vereador.

Foram pioneiros em vários ramos. Cervejarias, em Feliz e Estrela, por exemplo.

Em Feliz, foi João Ruschel, com a cerveja Ruschel. Anos mais tarde seria Polka. Vendida, passou a Serramalte e finalmente Antártica. Já a cerveja Estrela, mais tarde passou à Polar, e finalmente também a Antártica.

Em Estrela, o primeiro hotel. Neste hotel havia também uma fonte de água que servia como bebedouro público. O primeiro serviço de iluminação pública, sob concessão.

Até o primeiro automóvel a circular foi o de Pedro Alberto Ruschel.

Também mais tarde, descendentes como Nilo Miranda Ruschel, jornalista, escritor, professor universitário, e seu irmão Ernani foram precursores na estruturação dos serviços radiofonicos no Rio Grande do Sul.

Há entre muitos Ruschel, um pendor para artes e música .

O destaque é de Alberto Ruschel, ator e cineasta.

Também há a facilidade em se sentir à vontade perante o público.

Quanto a estas caracteríticas, podemos observá-las em círculos menores. Quase todos conhecemos algum descendente que toca algum instrumento, mesmo por hobby.

(Há os que gostam de montar e desmontar "geringonças", ou mesmo aviões, como um primo de sobrenome Werle).

Até minha mãe, aos 11 anos de idade (claro que não é algo tão exclusivo, mas se encaixa como exemplo), fez sua apresentação no dia das mães em 1935 (em alemão, veja abaixo): Hoje é um dia de júbilo!






(clique em cima para ampliar)







A mãe certamente estava à vontade, por influencia do meio em que vivia desde o nascimento. Veja mais sobre este detalhe.